Depois da confirmação de contaminação de um agente de trânsito e um servidor administrativo da prefeitura de Canoas por coronavírus, outros dois fiscais de trânsito apresentaram sintomas da doença nesta semana. Porém, diferente do que foi garantido pela Secretaria Municipal da Saúde de Canoas à categoria, os profissionais não foram testados, mesmo apresentando dois ou mais sintomas da doença. “Um deles buscou uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), da cidade, estava fardado, foi orientado a entrar na fila com outros pacientes e depois liberado sem ser testado”, revela o diretor Jurídico do Sindicato Estadual dos Agentes de Fiscalização de Trânsito e Transporte do Estado do Rio Grande do Sul (SINDATRAN-RS), Henrique Monaiar.
O Sindicato cobrou a testagem dos agentes de trânsito, mas não teve retorno até o momento. No mês passado, quando um servidor municipal e um agente de trânsito foram diagnosticados com coronavírus, o SINDATRAN-RS já havia solicitado ao Município a testagem dos profissionais que tiveram contato com os casos confirmados, mas o teste também foi negado. Em resposta ao Sindicato, após o episódio, a Prefeitura informou que testaria apenas aqueles que apresentassem dois ou mais sintomas. No entanto, a decisão não foi cumprida nos casos apresentados nesta semana, segundo Monaiar.
Um dos profissionais foi afastado das atividades de trabalho, por atestado médico, enquanto o outro segue trabalhando normalmente, de acordo com o diretor Jurídico do sindicato. A categoria dos agentes de trânsito está preocupada, porque estes profissionais tiveram contato com outros fiscais que atuam no trânsito do Município. “É para a segurança não apenas da categoria, mas de todos.”
O presidente do SINDATRAN-RS, Leandro Machado, ainda salienta os riscos de contaminação e aponta que, em muitas ocorrências atendias pelos agentes de trânsito, a população está sem máscara. “Isso também expõe de maneira perigosa os servidores.” Em Canoas são 35 agentes em serviço, já que os outros 15 foram afastados por pertencerem ao grupo de risco da COVID-19. “Os agentes de trânsito, em todo Estado, querem e precisam de informações, testagem e higienização, tal como realizado em outras áreas essenciais. Eles necessitam trabalhar com segurança para serem parte da solução e não do problema.”