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SINDATRAN-RS defende a igualdade de gênero

O Dia Internacional da Mulher é marcado por conquistas femininas ao longo dos últimos séculos, mas também serve como um alerta sobre os graves problemas de gênero que persistem. A discriminação por gênero infelizmente ainda existe e já fez vítimas dentro da categoria dos agentes de fiscalização de trânsito. A profissional que atua em Canoas, Letícia Farias de Oliveira, comenta que já sofreu com esse tipo de preconceito tanto por parte de homens, quanto de mulheres. “A discriminação por ser mulher na minha profissão é sutil e tem mais relação com a possível fragilidade que nós poderíamos manifestar perante situações extremas geradas por algum conflito”, analisa. Conforme Letícia, hoje é incomum o tratamento diferente diante da execução do serviço por uma mulher, mas relembra uma situação ocorrida em que foi desrespeitada. “Houve uma vez ou outra com ofensas diretas e pessoais que me causaram muito embaraço e tive pouco apoio institucional. Foi desafiador lidar com essas experiências”, revela a profissional que acredita que, com o passar do tempo, haverá uma evolução da sociedade para uma organização mais justa e equilibrada, respeitando as diferenças de gênero.

A agente de trânsito da cidade de Carazinho, Liara Nunes Serafim, valoriza a atuação das mulheres que a antecederam e que já trabalham na área há mais de duas décadas na cidade. “Hoje somos seis mulheres trabalhando com igualdade salarial, de direitos e deveres, algo que o concurso público praticamente nos garante. O que não quer dizer que não precisamos juntas construir um espaço de respeito e igualdade, através de muita ética, profissionalismo e jogo de cintura. Até hoje nos impomos sobre situações de discriminação, não deixamos que ofendam nossas caminhadas até aqui.” Para a profissional, apesar de já ter ouvido piadas ou comentário maldosos relacionados ao gênero, este tipo de prática vem diminuindo.

Há 23 anos na carreira de fiscal de trânsito, Ana Claudia Teixeira, que atua em Cruz Alta, também já passou por situações que classifica como tristes. “Já ouvi falas como: ‘tinha que ser mulher; mas você, uma mulher me multando? Vai lavar uma roupa; Mas você fez concurso? Sabe dirigir?” Hoje ela observa uma mudança de comportamento e atribui o resultado a uma luta diária travada pelas profissionais mulheres.

Construção de um futuro com mais igualdade

Enfatizar os pontos fortes femininos como atributos para contribuição em uma boa prestação de serviço, tais como: acolhimento e sensibilidade para agir com as pessoas, é necessário na opinião de Letícia.

Ana Claudia salienta que a educação é a chave para o respeito ao espaço da mulher e assim como todas as conquistas evolutivas da humanidade. Liara concorda e aponta a importância de trabalhar o assunto nas escolas, trabalho e, principalmente, em casa. “Precisamos que nossos maridos, irmãos, filhos não repliquem o que receberam de forma equivocada de gerações passadas, quanto à igualdade de gênero. Até mesmo nós mulheres precisamos nos educar, corrigir, nos conhecer melhor, saber que se pensarmos com respeito sobre a história da mulher e entendermos que a caminhada feminina foi árdua, muitas vezes injusta e repleta de inferiorização”, conclui e acrescenta: “Juntas somos mais fortes e devemos lembrar sempre de nossas caminhadas com orgulho, cada uma de nós representa muito para a história de nossa profissão.”

O Sindicato dos Agentes de Fiscalização de Trânsito e Transporte do Rio Grande do Sul (SINDATRAN-RS) defende o respeito à igualdade de gênero dentro da categoria e em todos os espaços da sociedade. De acordo com o presidente do SINDATRAN-RS, é preciso coibir o preconceito que se manifesta em atitudes ou mesmo em pequenos comentários, considerados por alguns como algo inofensivo, mas capazes de ferir e desrespeitar. “As nossas colegas trabalham na construção de um trânsito mais seguro e ético. Homenageamos e agradecemos a cada uma destas mulheres pelo seu importante papel na nossa categoria”, frisa o presidente do sindicato, Leandro Machado e destaca a importância de que a presença feminina deixe de ser minoria em cargos diretivos. Ele salienta o desejo de que as colegas de agentes de trânsito se interessem em ocupar posições dentro da diretoria do SINDATRAN-RS ou mesmo a frente do sindicato, na próxima gestão, na luta por maior representatividade da categoria.